Monday, November 30, 2009

Nem só de pão vive o homem...

Descobri ontem um sítio que, pelo que pude averiguar depois online, já existe há algum tempo. É o espaço da livraria Alêtheia, situado na Rua do Século, ali pouco depois da esquina com a Calçada do Calhariz e antes do Negócio, onde antes existia a loja Fermento. Se a piroseira me é permitida (e é, porque quem manda aqui sou eu) a livraria é um "mimo". Posso descrevê-la também em outras palavras como "charmosa", "contemporânea", "cosmopolita", what so ever. Mas se eu a achei um "mimo" que fique aqui dito que a livraria é um "mimo". Daqueles sítios onde aptece entrar e ficar lá um pouco e esquecer os 10% de desconto FNAC (mais a mais já não se pode entrar na FNAC, e na Alêtheia a nossa companhia são os senhores que vão aparecendo nas capas da secção de biografias - Churcill, Obama, Hitler, Lenine... companhias agradáveis, portanto).

Ali, onde há sei lá quanto tempo ficava o forno da padaria que aquilo já foi, podemos ler "Nem só de pão vive o homem...". E é verdade, pois. Let's go christmas?

PS: da próxima vez que lá for levo máquina e tiro umas fotos.

Friday, November 06, 2009

O Fantástico Sr. Raposa e o medíocre Estoril Film Festival

Comecemos pelo mau...

O Estoril Film Festival traz a (perto de) Lisboa personalidades interessantes do cinema com quem acredito que podemos aprender muito em meia hora de conversa com o público (o caso do David Lynch no ano passado não verificou o que acabo de dizer, mas valeu pela piada que teve). Este ano vem cá o Cronenberg, o Peter Handke, o Coppola, etc. Nomes que o produtor e organizador do Festival, Paulo Branco, consegue trazer dos meios em que se mexe e que faz muito bem. Tirando isto, é um festival de retrospectivas que pelo mesmo preço veríamos em casa depois de uma ida ao clube de video, ou de ante-estreias de filmes que em muito breve poderemos ver em qualquer sala de cinema. E uma competição de filmes que não parece muito interessante (mas posso estar a mentir, no fim do Festival o saberei). E pouco mais.

Depois há o resto que também é muito importante e, neste caso, muito mau. A organização do Festival é simplesmente péssima. Ontem, no primeiro dia, optaram por marcar a Gala de Abertura para as 21h, no Casino do Estoril, e a ante-estreia do Fantastic Mr. Fox para as 22.30h, no Centro de Congressos, ao lado. Ora, quem, como eu, chegou ao Centro de Congressos a horas de levantar bilhete e ver filme (pagando para o efeito) teve que esperar mais uma hora para que os convidados da Gala de Abertura acabassem a sobremesa e os digestivos e metessem o cu no Centro de Congressos. Creio que o termo "falta de respeito" é o mínimo que se pode aplicar à organização do festival que ainda fez o favor de mentir aos compradores de bilhetes, alegando que estariam a decorrer problemas técnicos. Os "Problemas Técnicos" ficaram esclarecidos quando, imediatamente após a entrada de dezenas de senhores e senhoras (bem, basicamente eram actores das novelas da TVI) entrarem na sala de vestidos compridos, as luzes se apagaram e o filme começou.

Agora o bom, o muito bom.

FANTASTIC MR. FOX é um filme... hmmm... que palavra posso aplicar? ah, Fántástico! Wes Anderson (The Royal Tenenbaums, The Live Aquatic with Steve Zissou, The Darjeeling Limited) dá vida aos animais personagens como dá aos personagens humanos de outros filmes. A animação foge ao estereotipo Disney e Pixar a que já bem nos habituámos, dando uma sensação tosca que de tosca não tem nada. É engraçado como numa fábula este homem consegue acrescentar ainda outros elementos fantasiosos cinematrogáficos que tão bem combinam. Há-de estrear brevemente, e acho que irei ver de novo, menos irritado desta vez com atrasos estúpidos.