Friday, December 11, 2009

Thursday, December 03, 2009

querido blog, eu já nem sei que tu existes. a bem da verdade, estou-me completamente a cagar para ti. agora só tenho dedos e olhos para o facebook. hoje quis só vir contar-te que começa esta noite mais um sítio cheio de lugares-comuns. até ver. aqui vai um:

"Efectivamente, se Evguéni Irténev era doente mental no momento do crime, então todas as pessoas são doentes mentais, e, entre esses dementes, os mais enfermos são sem dúvida os que vêem os sinais de loucura nos outros e não reparam em si próprios".

O Diabo, Lev Tólstoi

Wednesday, December 02, 2009


eu existo,
logo...

Monday, November 30, 2009

Nem só de pão vive o homem...

Descobri ontem um sítio que, pelo que pude averiguar depois online, já existe há algum tempo. É o espaço da livraria Alêtheia, situado na Rua do Século, ali pouco depois da esquina com a Calçada do Calhariz e antes do Negócio, onde antes existia a loja Fermento. Se a piroseira me é permitida (e é, porque quem manda aqui sou eu) a livraria é um "mimo". Posso descrevê-la também em outras palavras como "charmosa", "contemporânea", "cosmopolita", what so ever. Mas se eu a achei um "mimo" que fique aqui dito que a livraria é um "mimo". Daqueles sítios onde aptece entrar e ficar lá um pouco e esquecer os 10% de desconto FNAC (mais a mais já não se pode entrar na FNAC, e na Alêtheia a nossa companhia são os senhores que vão aparecendo nas capas da secção de biografias - Churcill, Obama, Hitler, Lenine... companhias agradáveis, portanto).

Ali, onde há sei lá quanto tempo ficava o forno da padaria que aquilo já foi, podemos ler "Nem só de pão vive o homem...". E é verdade, pois. Let's go christmas?

PS: da próxima vez que lá for levo máquina e tiro umas fotos.

Friday, November 06, 2009

O Fantástico Sr. Raposa e o medíocre Estoril Film Festival

Comecemos pelo mau...

O Estoril Film Festival traz a (perto de) Lisboa personalidades interessantes do cinema com quem acredito que podemos aprender muito em meia hora de conversa com o público (o caso do David Lynch no ano passado não verificou o que acabo de dizer, mas valeu pela piada que teve). Este ano vem cá o Cronenberg, o Peter Handke, o Coppola, etc. Nomes que o produtor e organizador do Festival, Paulo Branco, consegue trazer dos meios em que se mexe e que faz muito bem. Tirando isto, é um festival de retrospectivas que pelo mesmo preço veríamos em casa depois de uma ida ao clube de video, ou de ante-estreias de filmes que em muito breve poderemos ver em qualquer sala de cinema. E uma competição de filmes que não parece muito interessante (mas posso estar a mentir, no fim do Festival o saberei). E pouco mais.

Depois há o resto que também é muito importante e, neste caso, muito mau. A organização do Festival é simplesmente péssima. Ontem, no primeiro dia, optaram por marcar a Gala de Abertura para as 21h, no Casino do Estoril, e a ante-estreia do Fantastic Mr. Fox para as 22.30h, no Centro de Congressos, ao lado. Ora, quem, como eu, chegou ao Centro de Congressos a horas de levantar bilhete e ver filme (pagando para o efeito) teve que esperar mais uma hora para que os convidados da Gala de Abertura acabassem a sobremesa e os digestivos e metessem o cu no Centro de Congressos. Creio que o termo "falta de respeito" é o mínimo que se pode aplicar à organização do festival que ainda fez o favor de mentir aos compradores de bilhetes, alegando que estariam a decorrer problemas técnicos. Os "Problemas Técnicos" ficaram esclarecidos quando, imediatamente após a entrada de dezenas de senhores e senhoras (bem, basicamente eram actores das novelas da TVI) entrarem na sala de vestidos compridos, as luzes se apagaram e o filme começou.

Agora o bom, o muito bom.

FANTASTIC MR. FOX é um filme... hmmm... que palavra posso aplicar? ah, Fántástico! Wes Anderson (The Royal Tenenbaums, The Live Aquatic with Steve Zissou, The Darjeeling Limited) dá vida aos animais personagens como dá aos personagens humanos de outros filmes. A animação foge ao estereotipo Disney e Pixar a que já bem nos habituámos, dando uma sensação tosca que de tosca não tem nada. É engraçado como numa fábula este homem consegue acrescentar ainda outros elementos fantasiosos cinematrogáficos que tão bem combinam. Há-de estrear brevemente, e acho que irei ver de novo, menos irritado desta vez com atrasos estúpidos.




Monday, October 12, 2009

Wednesday, October 07, 2009

Friday, September 25, 2009

A 2 dias das eleições, o Público consegue... a capa mais otária de sempre!

O Público anuncia, na véspera do dia de reflexão, os últimos resultados das sondagens que colocam o PS oito pontos à frente do PSD. A acompanhar os números podem ler-se comentários de votantes (gente comum, por assim dizer) de cada partido, explicando o porquê do seu voto.

Ora, o João Pedro Fidaldo, estudante de 21 anos, afirma "Voto no PS porque gosto do trabalho que este Governo fez". Já a Ana Paula Alves, professora de 50 anos explica "Voto na CDU porque a sociedade tem que ser intervencionada."

E por aí, para o BE e CDS. Mas em relação ao PSD - é aqui que o Público tem uma tirada de humor genial digna das páginas internas do suplemento Inimigo Público - quem fala é o Tiago Sá Carneiro, 25 anos, engenheiro, com uma cara gordinha e nariz de porquinho (pode ler-se através da imagem). E o que diz ele?

"Voto PSD porque sou contra a legalização dos casamentos homossexuais".

Ora, belo motivo. Nem ocorre, de momento, outro melhor para votar em quem quer que seja. Que não restem dúvidas que aqueles 29,9% representam a totalidada da classe retrógada e homofóbica portuguesa. Obrigado Público, por alguns suplementos, mas estás uma bela merda de jornal, sabias?

PS (Post Signature, não o Partido): eu não voto PSD, nestas eleições, para que conste.

Monday, July 20, 2009

Wednesday, July 01, 2009

Friday, June 26, 2009

hoje é o dia :D

é assim que nos vão dizendo que a infância já morreu



Esta é a capa do meu primeiro CD. Sempre, mas sempre, que oiço o nome Michael Jackson, me assaltam as imagens dos corredores dos cd's no hipermercado Jumbo de Alfragide, e eu indeciso entre este CD e do Pedro Abrunhosa e Bandemonónio. Foi este. Há também a imagem do livrinho do cd cheio de dedadas e todo estragado (nunca, mas nunca me dei bem em colocar o livrinho nas ranhuras do verso da capa dos cd's). Muito trabalhou a minha imaginação à pala desta capa. Acreditava piamente que aquela cadela era a Nina, a minha cocker na altura.

Com a morte de Michael Jackson morre, sem cair em exageros, um herói da minha infância. Mas ficará sempre o fascínio de criança a ver o acto de rebeldia do Macaulin Culkin a tocar guitarra eléctrica e o pai gordo a voar até África sentado no sofá.

EAT THIS!

Monday, June 01, 2009

sad birthday (expiação)

Há aniversários que não se deviam recordar. Mas eu recordo-me. Aquele talvez tenha sido o "dia mais triste da minha vida". Lembro-me bem de descer esta rua. Lembro-me bem de mais. Lembro-me do que já não ia fazer, para onde já não ia.

Sei de outras coisas mas não me provocam a mesma sensação de deja vu tão concreto quando penso nelas. Por exemplo, lembro-me que, nessa noite, a Sónia Balacó foi ao Dança Comigo.

Monday, May 18, 2009

Parabéns ao Senhor.

O Cristo-Rei fez 50 anos (são 50 anos a abraçar Lisboa, diz a publicidade). Foi um alvoroço, ouvi dizer eu, que nem me aproximei da Baixa. Ele foi festa da grande no Terreiro do Paço, pelo que vi nos 5 segundos de zapping na RTP. Isto tudo porque o senhor, perdão, o Senhor fez anos? Não só! É que a Nossa Senhora veio ter com ele para comemorarem juntos! Isto sim, é a puta, perdão, a pura da loucura!

Estou feliz por não ter visto nada e não saber como foi. Assim posso fazer o filme à minha maneira. E à minha maneira, Nossa Senhora veio lá de Fátima (eu também gostava de morar numa terra que tivesse o meu nome), aproximou-se do Senhor, cumprimentaram-se com vénias desalmadas e depois ajudou-o a apagar as 50 velas (que ardiam um pouco por toda a Lisboa). No fim, os milhares de portugueses, que enchiam as ruas da Baixa e a beira do Tejo para ver a Santa, bateram palmas e gritaram esfusiantes. Até que se fez silêncio. Um momento de silêncio em comunhão por Lisboa. Do rosto de Cristo, uma lágrima. Encheu o peito, emocionado, e, sob a singela e contida expressão feliz de Fátima, cantou:

"Obrigado amigos, do meu coração, por me terem cantado esta linda canção..."

Thursday, May 14, 2009

Sras. e Srs, António e os Joões

Não é voz de se ouvir todos os dias. Enjoa. É cansativo. É deprimente. Mas, ao mesmo tempo, há nas músicas de Antony and the Johnsons uma beleza disfarçada que se vai libertando, à medida que a oiço, de toda a sua angústia. Para no fim ficar apenas a paz.

É por isso que não os tenho há já algum tempo no meu ipod. Para ver o que acontece hoje à noite, no Coliseu dos Recreios.

Wednesday, May 13, 2009

AMIGOS/FRIENDS

Sempre me fez alguma "espécie" o facto de se chamar friends/amigos às pessoas que se ligam a nós nas redes sociais como o hi5 ou o facebook (já não tenho hi5, deixei de gostar no dia em que permitiram às pessoas escolher o fundo das suas páginas; fica sempre horroroso; é como o myspace). Para mim, sempre foi uma forma de deturpar o conceito de amigo: aquela pessoa que nos é leal, com a qual podemos contar, a pessoa que sabe tudo o que é importante saber de nós, que gosta de nós independentemente do nosso carácter ou da falta dele, etc. Há uma fronteira entre o amigo, o conhecido, o namorado e o colega. Para mim, essa fronteira não é uma linha ténue.

Ora, parece que as ditas redes sociais não colidem assim tanto com os conceitos hoje em dia estabelecidos para a palavra "amigo". Tenho vindo a perceber que, para muitos dos outros (todos os que não sou eu),  ser amigo é ser conhecido, é ter sido apresentado, é ter contado uma piada, bebido uma imperial na mesma mesa...  

Olha, caguei. Insisto em ter uma outra ideia do que é a amizade. Para mim, amigos hão-de ser sempre aquelas pessoas cuja vida é já um pedaço da minha, como um pedaço de músculo o é no meu corpo. Aquelas pessoas que partilham comigo códigos indecifráveis porque só na estupidez mais profunda em que nos juntamos é que podem fazer algum sentido. Aquelas pessoas a quem respirei em diferentes noites escuras coisas que só depois pude respirar para os outros. Aquelas únicas e poucas pessoas que me podem magoar. Sim, acima de tudo, aquelas poucas pessoas. É aí que está o valor das coisas. 

Tuesday, May 12, 2009

M'encanta!

Ângela Molina

Depois de a ver em "Los Abrazos Rotos", o último de Almodovar, e "La Caja" de Juan Carlos Falcón.

Wednesday, May 06, 2009

I need a ... what da fuck?

Confesso que fiquei bastante intrigado com os mupis desta campanha. Quase que não dormi com o debate que se acendeu dentro de mim, face aquelas duas figuras a dançar o corridinho. Afinal, não era o corridinho nem qualquer dança folclórica. Era o "I Need a Zero". Vi na TV e percebi. O que não quer dizer que compreenda...

Monday, May 04, 2009

Este já cá canta.

There Is An Ocean That Divides And With My Longing I Can Charge It With A Voltage Thats So Violent To Cross It Could Mean Death

Thursday, April 30, 2009

O Futuro... é tão bonito!

A1, perto da saída de Santarém no sentido Sul-Norte

Friday, April 24, 2009

Como fazer um filho?*






* livro alemão sobre o assunto.


Tuesday, April 21, 2009

It's official

FACEBOOK 

KILLED

COQUETTERIE

Tuesday, April 14, 2009

Tuesday, April 07, 2009

Thursday, April 02, 2009

BIS/SEXUALIDADE

é quando uma pessoa pede para repetir?

Monday, March 30, 2009

CITAÇÃO



Eu    todos os meus anjos vão juntos para a guerra

se falta algum é como faltar o chão.

Obrigado Catarina / a super eficiente e surpreendente, Lydie / a hello kitty diva, Patricia / a cachorra do orgão e da impressora, Tiago / o superactorautor, Miguel / o menino-maravilhoso, Carlos / o rapaz dos audiovisuais e muito muito mais, Sónia / a emigrante, David / o que consta no programa, Vitor / o porteiro belo e o mais-que-tudo, e Alexandra / a amiga conveniente. Obrigado por se terem divertido comigo e me proporcionarem tanto prazer.

E agora vá, tenho muita coisa para ler para o próximo espectáculo. Que isto já fervilha, car*alh*!

Tuesday, March 24, 2009

Podemos ainda não ser ninguém, mas vale-nos a nossa beleza!

Wednesday, March 18, 2009

"Agora não. Dói-me o (teu) corpo."

Monday, March 16, 2009


"Para falar ainda é cedo. Para calar já é tarde. E se houve uma história para contar, não é esta. O rosto de Titânia reverbera na sombra, é inútil chamá-lo a clarificações. No entanto, um certo fio condutor estaria de bom tom, reconheço. Daria uma ilusão de realidade aos que precisam de ilusões dessa estirpe. Há princípios? Há fins? Há verdade e mentira? São punidos os maus? Exaltados os simples? É possível sim senhor, para quem goste. Titânia, porém, é outra coisa. Tem mais a dar e a ser, não pode ser por aí. Começou com Julião, deu uma volta ao sol, regressa para abraçar a figura de Carlos. É como a construção de um edifício. Primeiro andar, segundo, quarto, quinto. Até que tudo desaba. A terra treme, as casas abandonam as pessoas, fica-se nu. De uma nudez exemplar."

in Titânia, Mário Cesariny


RIR TENDO CONSCIÊNCIA DA TRAGÉDIA
a partir do Universo de Mário Cesariny

20 a 29 de Março
SEX.SAB.DOM.22H
Casa Conveniente
Rua Nova do Carvalho, 11, Cais do
Sodré
INFO E RESERVAS: 962352058 / 917054550


Criação e Interpretação: Catarina dos Santos, Miguel Raposo, Lydie Bárbara, Patrícia Couveiro, Rodolfo Teixeira, Sofia Dinger, Sónia Balacó, Tiago Vieira.
Atracção Internacional: Carlos Justo
Participação Especial: David Almeida
Música ao vivo: Miguel Raposo
Produção: Há.que.dizê.lo

Wednesday, March 11, 2009

Thursday, March 05, 2009

Wednesday, March 04, 2009

Tuesday, March 03, 2009

Monday, March 02, 2009

Constatação

Eu (ainda) não digo when I was young
É mais when I was youngER.

Wednesday, February 25, 2009

ou

e plantamos o que semeamos

ou

como é verdade que somos nós quem faz a nossa própria sorte.

Monday, February 23, 2009

Carnaval

Quem fala assim merece ganhar oscars todos os anos



"I think that it is a good time for those who voted for the ban against gay marriage to sit and reflect and anticipate their great shame and the shame in their grandchildren’s eyes if they continue that way of support. We’ve got to have equal rights for everyone."

Sunday, February 22, 2009

O ser-se adulto.

Quando somos nós a levar o cão da nossa infância para abater.

Thursday, February 19, 2009

Tonight

Zoetrop, concerto de Micro Audio Waves coreografado por Rui Horta, na Culturgest

Wednesday, February 18, 2009

Foi ontem lançado o album DARK WAS THE NIGHT, uma compilação de 31 faixas cujos lucros revertem para a organização RED HOT, que se dedica a angariar fundos e sensibilizar para a problemática HIV/SIDA, através de cultura popular. Como a música. Este é o 20º ano da organização e o 20º album. 

Agora o melhor:
é produzido por elementos dos The National e, para além destes, conta com originais de Andrew Bird, Antony, Arcade Fire, Beach House, Beirut, Blond Readhead, Cat Power, Feist, Grizzly Bear, Iron & Wine, Jose Gonzalez, The New Pornographers,  Sufjan Stevens, Yeasayer e Yo La Tengo, entre outros. Ou seja, muitos dos meus favoritos.

Agora a parte menos bonita:
eu fiz download pirata. Mas já prometi que vou comprar o duplo cd ou o triplo vinyl (julgo que ainda não se encontra por cá) para que o meu dinheiro vá para onde deve ir com estas músicas. Também existe a hipótese de pagar o download, mas essa para mim já não faz grande sentido.
EU
UMA PLANTAÇÃO AUTÓCTONE

EU
NA HERDADE DO FREIXO EM MONTEMOR-O-NOVO

EU
VERIFICÁVEL DAQUI A 30 ANOS

EU
SER QUE SE AUTO ALIMENTA

EU
SER QUE SE ADAPTA

Tuesday, February 17, 2009

Monday, February 16, 2009

Foi um belo fim-de-semana de sol, não foi?


Happy-Go-Lucky, de Mike Leigh. 

Rachel Getting Married, Jonathan Demme. 

The Reader, Stephen Daldry.

Friday, February 13, 2009

O FACEBOOK

NÃO MENTE. 

ANTECIPA A VERDADE.

Wednesday, February 11, 2009

Está bem... façamos de conta


 Ontem

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.


Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.

Tuesday, February 10, 2009

Ele Escolhe o Melhor.

Alguém me explica quem é ELE?

Monday, February 09, 2009

Do Oscar


De Melhor Filme já só me falta ver o The Reader, que ainda não se estreou por cá. Gostei muito de Frost/Nixon e do Milk. Do Benjamin Button não tanto. Mas o que vi ontem - Slumdog Millionaire - é sem dúvida o meu favorito. Pela ideia, pela forma como o argumento foi trabalhado, e pela realização. Dizia o crítico do Ipsilon (aqui) que "Danny Boyle não conseguiu sentir mais do que o cheiro a merda. Cada um tem o nariz que tem."* Pois bem, seja então o Danny Boyle um senhor de visão e olfacto, porque o filme é alucinantemente bom.**


* e sobre isto ainda hei-de fazer um post quando tiver os 5 min que não tenho.
** falo por mim claro, que não tenho pretensões de vir a ser crítico de cinema :) .

Thursday, February 05, 2009

Ponte da Minha Dúvida






África Minha

Ontem fui ver "As Pontes de Madison County" à Cinemateca. Nunca tinha visto e a interpretação de Meryl Streep tirou-me o fôlego. Com a brilhante realização do cowboy Clint Eastwood, cheguei a esquecer-me de onde estava numa das cenas mais densas do filme - para quem conhece, a cena em que Francesca está no carro e tem a mão no maníbulo da porta.

Também há pouco tempo pude comprovar o talento extraordinário da actriz no filme "África Minha", que comprei em edição especial a um preço daqueles que gostamos (menos de 10€) na FNAC. 

Talvez por isto, hoje escolho ver o Dúvida em detrimento do Slumdog (que ficará para o fim-de-semana, claro).

Wednesday, February 04, 2009

DA CRISE

Acho que a so-called crise é uma coisa que começou na nossa cabeça. No medo que se instala pelo que supostamente está para vir, no medo de senhores de fato e gravata sentados em mesas de reunião com canetas de tinta permanente e blocos com o logotipo da companhia, senhores-galinhas medrosas que se borram quando ouvem palavras como accionistas, previsões e custos. Senhores que vão dar uma mija e logo lhes ocorrem as palavras cortes e despedimentos. Senhores-merda que nós mesmos ajudamos a construir com palavras de receio, com a nossa ignorância e preguiça em saber das coisas, com a nossa crença ingénua e burra nos media, os media-responsáveis, responsáveis por nos incautar esta coisa a que chamamos crise.

Começou na nossa cabeça, mas já não está só na nossa cabeça. Já se lhe sente o cheiro, já se apalpa, já nos atingiu em cheio. E mesmo no meio do coração. Porque é com muita pena que acabo de saber que a empresa para qual trabalho (ou presto serviços, é um termo mais adequado, sim, a empresa para a qual presto serviços) acabou de iniciar uma vaga de despedimentos. Desperdiçando assim algum do melhor talento que aqui existe. Talvez a única pessoa que considero que tem dois dedos de testa vai ter que ir embora porque o contrato acabou. Má sorte a dela. E má sorte a nossa que ficamos sem ela.

Eu cá estou, numa situação priveligiada que a principio me protege. Acho que neste "ano de sobrevivência", como lhe chamaram, tive sorte. O que não me impede de continuar sem perceber porque é que temos que ser atingidos pela falência de um sistema que sempre me pareceu irreal. Mais do que nunca continuo sem perceber como pode o nosso mundo civilizado funcionar com base em números virtuais e especulações.

Monday, February 02, 2009

Do Easy


A 1ª curta de Gus Van Sant.

Friday, January 30, 2009


REVOLUTIONARY ROAD

Poucos filmes têm o dom de me tocar e emocionar. Não sou um público muito fácil. É preciso conseguir projectar em mim qualquer coisa profunda (normalmente permitir que me reveja no ecrã), ser bastante bonito ou fazer-me reflectir bastante sobre o sentido da vida, digamos assim. Revolutionary Road foi para mim tudo isto. Desde Match Point de Woody Allen que não chegava ao fim de um filme com esta sensação: a meio caminho do choro mas interrompido pela sensação de estupefacção em relação ao que acaba de passar diante dos meus olhos. Pode parecer bastante óbvio, mas Revolutionary Road é um filme fantástico porque é bom em três coisas fundamentais: argumento, realização e actores.

ARGUMENTO
Revolutionary Road é adaptado de um romance de Richard Yates, com o mesmo nome. Mesmo sem ler a obra, arrisco adivinhar que é bastante boa, supondo que o enredo do filme é retirado de lá. Mas um argumento adaptado (e agora escrevo isto sob a forte influencia das aulas que ando a ter, e tendo completa noção que ainda não sei nada de nada sobre isto – é quando mergulhamos nas coisas que percebemos a sua profundidade e a nossa vasta ignorância) é muito mais que uma mera transcrição da obra para o ecrã. Este é um filme que não desperdiça tempo. As primeiras cenas revelam-nos personagens bem construídos, complexos, humanos e num instante nos colocam a par do grande drama que vivem e como lá chegaram. As primeiras cenas de Revolutionary Road poderiam estar a meio do filme. Mas não estão, porque este é um filme sobre as tentativas para salvarmos as nossas próprias vidas e não sobre como as desperdiçamos. E mesmo assim, cada cena é pertinente, cada cena nos permite perceber o “vazio angustiante” em que se move o casal Wheeler e as transformações – em alguns casos sublimes, outros nem por isso – que a salvação, em primeiro lugar, e a redenção, em segundo, provocam no casal.

A REALIZAÇÃO
Sam Mendes é aqui dono de uma realização subtil e eficiente. Eficiente porque às tantas nos parece que os actores são a alma do filme e que é por eles que nos angustiamos. Mas um olhar mais atento perceberá que não é bem assim. O realizador faz um trabalho magistral em todas as cenas, tomando, ao longo do filme, diferentes opções adequadas a cada momento, mas que não chocam a integridade do mesmo enquanto unidade que conta uma história. Sam Mendes dá-nos o que cada cena tem para nos dar – e têm tanto – mas não nos deixa sair da linha contínua que é a história daquele casal, e é essa linha que nos perturba.

OS ACTORES
Kate Winslet e Leonardo Dicaprio. Não sei quantos anos depois do Titanic. Dois actores que não ficaram por ali e seguiram duas carreiras brilhantes. Kate Winslet fez-se logo à vida, Dicaprio às tantas parecia (ou parecia-me) não ter muito para dar enquanto actor. Mas já nos apercebemos há algum tempo dessa falsidade. Revolutionary Road tinha que ter dois bons actores nos papeis principais, ou não funcionaria. E teve. E mais do que isso, Winslet e Dicaprio estão excepcionalmente bem. E o melhor é que agarram os dois as cenas ao mesmo nível – way up high – e são eles que nos arrebatam. Ela está ao nível o Globo de Ouro - se mereceu não posso dizer porque não vi os filmes das concorrentes todas – e ele prova aqui, mais uma vez, ser um dos melhores actores da sua geração. A cena do pequeno almoço – brilhante! brilhante! brilhante! -, perto do final do filme, mostrou-me talvez um dos melhores actings que já vi.

OS PERSONAGENS/ACTORES
Os personagens secundários são isso mesmo. Secundários. Em nada fazem a acção do filme andar para a frente. Mas estão lá como a última peça do puzzle que nos faz mergulhar no “vazio angustiante” daquelas vidas. E fazem mesmo. Principalmente porque os actores são muito bons. Saltam à vista Zoe Kazan, com um papel muito pequeno mas uma presença fantástica e totalmente adequada ao papel, e, claro, Michael Shannon que interpreta John Givings, personagem que funciona aqui como a “voz da consciência” que vem clarificar os pensamentos dos Wheeler – primeiramente confirma a sua necessidade de se salvaram, depois é a prova de que já não há salvação possível. Um papel de “maluquinho”, daqueles que abre portas para os Óscars - Shannon está mesmo nomeado para actor secundário. E a verdade é que merece.


Revolutionary Road não está nomeado para os grandes Óscars – as suas nomeações restringem-se a Melhor Actor Secundário, Direcção de Arte, Guarda-Roupa. Acho injusto. Dos nomeados a melhor filme já vi O Estranho Caso deBenjamin Button e Frost/Nixon, e considero o argumento e realização de Revolutionary Road bastante melhores. Talvez o filme seja mais angustiante do que dramático, e isso é pouco Hollywood. Seja como for, é um dos filmes mais bonitos que já vi.

A ÚLTIMA CENA
Sem palavras.

Tuesday, January 27, 2009

The real stuff



Excerto da entrevista (real) de Frost a Nixon. A quem quer ver o filme e ainda não o fez, aconselho que veja o video depois. É engraçado como o grande plano tem mesmo um poder tão grande. Como, em televisão, um momento pode valer tanto como a redenção ou o exílio eterno.

PS: estão filmes tão bons agora nas nossas salas, não estão? 

Sunday, January 25, 2009

sons em lisboa (24.01.09)



senhor mistério - Av. da Liberdade





Lula Pena e Norberto Lobo - ZDB

Friday, January 23, 2009

When I grow up...


... quero escrever filmes tão bem como o Woody Allen. E ter actores tão bons como estes a fazê-los.