Friday, August 31, 2007

a impossibilidade da verdade*

elas saem da boca como o oxigénio do nariz (e da boca também). mas o ar corroi as palavras como o ferro e elas chegam à outra margem enferrujadas: o interior do local onde se colocam as pilhas num qualquer brinquedo esquecido na nossa infância. por isso a única verdade possível é aquela que só nós sabemos. é aqui que verdade e realidade se distinguem. a realidade são muitas verdades espalhadas por aí. estamos nela mas nunca estaremos em toda ela.

é sabendo isto que não conseguimos acreditar, confiar. é esta a lucidez que nos fode.

*em resposta a isto

Thursday, August 30, 2007

a armadilha

em tempos, não muito longínquos, aprendi a ver a linguagem não-verbal como uma armadilha: uma coisa traiçoeira, que nos deixa dobrados à verdade e à realidade quando dela queremos escapar ou esconder. hoje aprendo a ver a linguagem verbal como uma armadilha também: dá aos outros terreno para nos atacar, para nos distorcer e pôr em causa. Porque é fácil fazê-lo. É fácil dizer que um sim é um não ou que um carro é uma carroça. mas aprendo também que podemos fazer a coisa ao contrário: podemos dizer o que queremos e depois dizer ao outro que ele é que não nos compreende.

easy

Wednesday, August 29, 2007

a musica do momento*

* por todos os motivos e porque revi este fim-de-semana o Death Proof

Monday, August 27, 2007

a banda sonora da minha vida - parte 2



Na última feira do livro que houve aqui no Parque Eduardo 7 comprei, a 2,5€, um livro que me havia sido recomendado há já algum tempo: Middlesex de Jeffrey Eugenides. Esperei algum tempo até o começar a ler porque havia outros livros na fila de espera. E quando o começo a ler BANG!, não é que o livro tem tudo a ver!?
E agora quem conhece o livro pensa: o que é que o livro pode ter a ver com ele? Será que o caro coquette é um hermafrodita? Será ele grego? Será que ele se casou com a própria irmã? Será que o pai dele vende cachorros quentes? Não caros amigos ou lá o que sejam, nada disso. É que parte da acção passa-se na Turquia e os personagenas principais são gregos ou descendentes de gregos que habitavam na Turquia. Então as referências culturais são mais do que muitas. E eu li exactamente as partes mais referentes à cultura grega/turca durante a minha viagem na Turquia. E juro que não fazia ideia nenhuma. É engraçado ler sobre alimentação, sobre o clima, sobre as pessoas e estar a viver e a compreender isso tudo. E pronto, foi isto. Recomendo muito o livro, by the way.

Friday, August 24, 2007

Oh, escrevo palavras etéreas
Que desprendem de meus dedos
À luz do teu calor

São tantas e são imensas
Como o vento que corre na planície
(Oh, uma folha cai da árvore,
Momento bonito, uma lágrima escorre pela minha face)

A veia poética é exaltada
Pelo teu olhar inebriante
Ai não, não é uma veia
É só um caralho no meio das pernas

Wednesday, August 22, 2007

o salto

a sensação é a de dar um salto de pés juntos, amarrados. um salto alto com os pés junto ao rabo. de repende as coisas à volta ganham um arrasto, como nas fotografias de longa exposição. vou aterrar e o salto estará dado. agora é ver quem anda mais depressa, eu no ar ou o mundo no chão. seja como for: o salto está dado. E a música pode ser esta.



É uma sensação. Não vou partir as pernas nem nada.

Tuesday, August 21, 2007

afinal o que é que fica?

Esta é a história de um rapaz que não queria fazer 23 anos. Então não os fez. A história resume-se: terceiro filho que não era para existir, gritos, pessoas que vêm e vão, infância feliz infância infeliz, pessoas que vão, o coração do rapaz começa a gelar, o rapaz torna-se forte e ganha um equilibrio mental assente no desiquilibrio total, é inteligente, é perspicaz, engorda, o melhor aluno sempre, é preguiçoso, há muitos anos que não interessam a ninguém porque a vida deste rapaz desenrola-se igual à de tantos outros, faz a escola faculdade e tal, vai-se apaixonando, um dia encontra a "alma gémea", entretanto já vai fazendo teatro e outras macacadas, não quer fazer 23, no dia dos 23 percebe que afinal não há razões para os fazer e não os faz.

Monday, August 20, 2007

Thursday, August 02, 2007

Amiga Olga

Ai que isto tem tantas pérolas!
A amiga andava a comer o rapaz do coiso dourado, nao andava?
"Tomo conta de atrasados mentais!"
A CHAVE! A CHAVE!



Death Proof

Minha gente, o que é o novo filme do Tarantino??!!

GENIAL! Venero completamente o senhor. Mais uma vez surpreende, dentro daquele estilo que já conhecemos bem, mas surpreende. E as senhoras, quem são estas senhoras meu deus? E o Kurt Russel com os seus laivos de genialidade! Ao nível de Pulp Fiction e Kill Bill, sem dúvida. E a banda sonora mais uma vez é do melhor que há. Aqui ao lado já toca Chick habits das April March.



ok, este post pode ser um pouco tendencioso. Mas eu a-d-o-r-e-i mesmo!