Houve um dia em que fiz um desenho e outro dia em que me fizerem perguntas sobre esse desenho. Houve outro dia em que fui lá para fora correr. Até houve um dia em que chorei.
Há instantes que ficam cá dentro, nessa coisa perversa que é a memória, instantes que magoam. Às tantas já não sabemos o que é verdade ou não, o que é coisa da memória e o que é coisa da imaginação.
Houve também um dia em que apanhei o primeiro autocarro que me apareceu, mas não saí na paragem. O corpo ia dentro de um saco que tive que colocar ao meu colo. Escrevi uma carta que depois destruí e com a carta desapareceu também a minha vontade de matar. Mas eu lembro-me do que fiz e vou contar.
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