O Cristo-Rei fez 50 anos (são 50 anos a abraçar Lisboa, diz a publicidade). Foi um alvoroço, ouvi dizer eu, que nem me aproximei da Baixa. Ele foi festa da grande no Terreiro do Paço, pelo que vi nos 5 segundos de zapping na RTP. Isto tudo porque o senhor, perdão, o Senhor fez anos? Não só! É que a Nossa Senhora veio ter com ele para comemorarem juntos! Isto sim, é a puta, perdão, a pura da loucura!
Estou feliz por não ter visto nada e não saber como foi. Assim posso fazer o filme à minha maneira. E à minha maneira, Nossa Senhora veio lá de Fátima (eu também gostava de morar numa terra que tivesse o meu nome), aproximou-se do Senhor, cumprimentaram-se com vénias desalmadas e depois ajudou-o a apagar as 50 velas (que ardiam um pouco por toda a Lisboa). No fim, os milhares de portugueses, que enchiam as ruas da Baixa e a beira do Tejo para ver a Santa, bateram palmas e gritaram esfusiantes. Até que se fez silêncio. Um momento de silêncio em comunhão por Lisboa. Do rosto de Cristo, uma lágrima. Encheu o peito, emocionado, e, sob a singela e contida expressão feliz de Fátima, cantou:
"Obrigado amigos, do meu coração, por me terem cantado esta linda canção..."