Tuesday, December 25, 2007
A Pim
Friday, December 21, 2007
Going home for christmas
Estranhamente, e apesar de ainda não ter saído de casa, é o que sinto que vai acontecer amanhã. O "voltar a casa" pelo Natal. Para pode encerrar mais um capítulo da vida, ou mais exactamente, preparar o inicio de outro.
Tuesday, December 18, 2007
Está aberta a época natalícia
PS: já agora, dia 25 traz-me um forno e paga me a instalação do gás.
Saturday, December 15, 2007
Fantástico
Thursday, December 13, 2007
Wednesday, December 12, 2007
Friday, December 07, 2007
Wednesday, December 05, 2007
Monday, December 03, 2007
Carta de um Contratado, por António Jacinto*
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta que dissesse
deste anseio
de te ver
deste receio
de te perder
deste mais bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta de confidências íntimas,
uma carta de lembranças de ti,
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como dilôa
dos teus olhos doces como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
que recordasse nossos tempos na capopa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucura
da nossa paixão
e a amargura da nossa separação...
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
que a não lesses sem suspirar
que a escoindesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kieza
que a relesses sem a frieza
do esquecimento
uma carta que em todo o Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento...
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta que ta levasse o vento que passa
uma carta que os cajús e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que o vento a perdesse no caminho
os bichos e plantas
compadecidos de nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levassem puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta
que eu queria escrever-te amor....
Eu queria escrever-te uma carta...
Mas ah meu amor, eu não sei compreender
por que é, por que é, por que é, meu bem
que tu não sabes ler
e eu - Oh! Desespero! - não sei escrever também.
* pérolas da poesia angolana que o kalaf nos dá a conhecer. E digam lá que não é belo!