O Estúdio fechou as portas. Os actores foram despedidos. Chamaram-lhes canastrões, desequilibrados, gordos, amadores e "artistas". Com aspas. Com entoação irónica e/ou sarcástica. Foram para casa - os actores - e criaram blogs. Escreveram livros. A internet ganhou pó e as editoras faliram.
(Oh, a crise.)
Os actores encostaram as costas da mão direita à testa. Inclinaram ligeiramente a cabeça para cima. E assim, com o braço no ar e pose dramática e dignificante, saíram em protesto silencioso.
No Marquês de Pombal encontraram-se com os publicitários que vinham em marcha da Duarte Pacheco, com o Sindicato dos Jornalistas que descia a Braancamp e com os revolucionário do Cinema que subiam a da Liberdade. Do Saldanha chegava o shuttle do Aeroporto com sotaque londrino.
Misturaram-se e confundiram-se.
No meio estava eu. Segurava um cartaz.
EU VENHO À VOSSA FRENTE.
EU OLHO PARA AS VOSSAS COSTAS.
1 comment:
Tenho tantas saudades dos ensaios! =(
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